Repertório Criativo (2025.2)

Olá, sou eu o Fabiano, um homem que um dia já se sentiu bicho. Hoje desempregado, com os pés no chão, a estrada que um dia era terra batida hoje se encontra asfaltada. As crianças que não possuíam nome, nem escolaridade, hoje se encontram no ensino médio. Mas o gado ainda se encontra com fome, a roça minguada pela seca parte meu coração, a falta de emprego ainda persiste, a comida muitas das vezes racionada ainda é uma infeliz realidade, casa de chão batido, a tão sonhada cama que Sinhá Vitória tanto me artodoou, hoje possuímos. E diante de tantas lutas, ainda temos enfrentamos o preconceito de outras regiões, nos inferiorizando.

 

Livro: Vidas Secas _ Graciliano Ramos 

Eixos temáticos: Questões sociais; Meio Ambiente; Cultura;

Eu sou Macabéa, e continuo invisível, mesmo com celular na mão e o mundo inteiro cabendo dentro dele. Moro na periferia, onde barulho de tiro se confunde com fogos, e ninguém mais se assusta só se cala. Outro dia, voltando do trabalho, vi um menino cair no chão com a testa aberta por uma bala perdida. Ninguém parou. Eu parei, mas sem saber o que fazer, fiquei ali parada mesmo, como quem espera um milagre ou o fim. No jornal não saiu nada, como sempre. Porque aqui, onde eu vivo, a morte é comum e a vida é que é um escândalo. E eu sigo viva ou quase sem fazer falta, sem causar alarde, como se eu não tivesse o direito nem de ser vítima.

Livro: A hora da estrela, Clarice lispector
Eixo: violência

Eu sou Lina,moro em uma periferia no Rio de Janeiro,com meus pais e irmãos.Todos os dias,saio cedo para o meu trabalho,é um lugar insalubre.Meus pais,já me pediram várias vezes para eu sair de lá,só que esse emprego é o que garante comida lá para casa.Enquanto eu me mato de trabalhar,a minha patroa vive viajando e esbanjando dinheiro por aí as nossas custas,mal sabem os seguidores dela a situação que nós trabalhadores enfrentamos todos os dias,isso ela não mostra nas câmeras.Eu ainda tenho fé e esperança que um dia,toda essa situação vai passar e eu vou poder viver livre e em paz.Enquanto o caos que eu chamo de trabalho tenta tomar conta da minha vida.Mas diante de todos os desafios,eu ainda tenho a arte ao meu lado,que me traz força e é o que me ergue para eu vencer essa batalha.
Eixo:Trabalho

Hoje em dia, percebo que meu nome ainda é associado como traicao. Todos lembram de dona capitulina pelas suas características físicas, os tão falados olhos de ciagana oblíquos e disimulados, mas nunca sou lembrada pela minha gentileza, minha inteligência. As pessoas ainda têm facilidade em julgar mulheres como eu. Basta um sorriso, uma foto, uma amizade com um homem, e pronto: começam os boatos, os rótulos, as acusações. Esse machismo que ainda paira na sociedade brasileira já foi muito pior na minha época, mais ainda hoje continua aprisionando meninas e mulheres as impedidos de ter convívio social é inevitável o quão o peso do machismo que insiste em nos controlar, mesmo disfarçado de opinião. Mas sigo em frente, tentando ser ouvida, lutando para que outras mulheres não passem pelo que eu passei.

Livro: Dom Casmurro
Eixo temático: Identidade, Gênero e Sociedade